Embalagens flexíveis são amplamente utilizadas em várias indústrias, como alimentos, produtos farmacêuticos, cosméticos e muito mais. Elas oferecem uma série de benefícios, incluindo leveza, resistência, capacidade de proteção contra umidade e oxigênio, além de serem altamente personalizáveis.
O que são embalagens flexíveis?
As embalagens flexíveis referem-se a qualquer tipo de embalagem que possa ser facilmente moldada ou dobrada sem ser danificada. Essas embalagens são feitas de materiais leves e flexíveis, como filmes de plástico, folhas de alumínio, papel, ou uma combinação desses materiais que chamamos de laminados. Diferentemente das embalagens rígidas, que mantêm sua forma independentemente do conteúdo, as embalagens flexíveis se adaptam à forma do produto embalado.
Os materiais usados em embalagens flexíveis podem ser simples camadas de um único material ou estruturas complexas que combinam vários materiais para obter propriedades específicas, como barreiras contra umidade, oxigênio, luz e aromas, o que é crucial para preservar a qualidade e a integridade dos produtos embalados.
Qual o tamanho do mercado de Embalagens Flexíveis?
O tamanho do mercado de embalagens flexíveis no mundo inteiro é estimado em US$ 257,52 bilhões em 2023, e deverá atingir US$ 325,09 bilhões até 2028, crescendo a um CAGR de 4,77% durante o período de previsão (2023-2028).
A indústria de embalagens no Brasil (não só embalagens flexíveis) é estimada em US$ 35,49 bilhões em 2023 e deve atingir US$ 43,60 bilhões em 2028, crescendo a um CAGR de 4,20% durante o período de previsão (2023-2028).
Um estudo da Maxiquim revela que o Brasil lidera o mercado sul-americano de embalagens plásticas flexíveis, com 54% da produção regional de 3,9 milhões de toneladas. No entanto, o Chile e a Argentina superam o Brasil em consumo per capita, com destaque para as aplicações dessas embalagens na agricultura e mineração.
No Brasil, a maior parte das resinas usadas no terceiro trimestre de 2023 foi de PEBD e PEBDL (77%), seguida por PP (16%) e PEAD (7%), com as resinas recicladas representando apenas 4% devido a desafios no setor de reciclagem. A indústria alimentícia é a principal consumidora de embalagens flexíveis, seguida pela agropecuária e pelo setor industrial. As importações de embalagens flexíveis se mantiveram estáveis, enquanto as exportações sofreram uma leve queda no mesmo período, indicando uma variação anual com redução nas importações e aumento nas exportações.
Por que as embalagens flexíveis estão cada vez mais presentes?
O aumento no consumo de alimentos prontos e embalados, juntamente com as alterações nos padrões alimentares dos millenials (pessoas que nasceram entre 1980 e 1995), Geração Z (Nascidos entre meados dos anos 90 e meados dos anos 2000) e geração Alpha (nascidos em meados dos anos 2000) está influenciando a procura por opções de embalagens flexíveis. Os progressos na indústria de processamento alimentar facilitaram a criação de novas variedades de alimentos embalados. A acessibilidade a alimentos locais e exóticos que possuem uma durabilidade prolongada está modificando o modo como os consumidores adquirem alimentos. Estima-se que a introdução de diversas tecnologias e o esforço contínuo em atividades de desenvolvimento para a conservação de alimentos impulsionem a presença de produtos no mercado alimentício e de bebidas.
A indústria, de modo geral, tem adotado soluções de embalagens flexíveis devido aos seus consideráveis benefícios energéticos, de logística e ambientais (sim, ambientais). Isso pode ser visto facilmente nas gôndolas de supermercado, onde inúmeros produtos que eram embalados em latas metálicas, vidros, cartões e potes de plásticos rígidos foram substituídos por soluções de embalagens flexíveis. Inclusive produtos altamente sensíveis ao oxigênio, umidade e outros fatores deteriorantes de alimentos diversos como tomates, palmitos, carnes, cogumelos e até peixes e frutos do mar podem ser comprados em suas embalagens flexíveis metalizadas, transparentes ou decoradas. Produtos esses que outrora utilizavam rótulos autoadesivos.
Mas não é só a indústria alimentícia que se aproveita dos benefícios das embalagens flexíveis. A indústria de cosméticos e, principalmente, o segmento de higiene e limpeza migraram para as flexíveis. Um bom exemplo são os sabões em pó, onde a maioria das marcas abandonaram as caixas de cartão e são encontradas nas gôndolas em formas de bags laminadas.
Mesmo em embalagens rígidas, como os produtos lácteos, por exemplo, é uma película flexível impressa que passa por um túnel de encolhimento e embeleza o frasco. São os sleeves ou, falando tecnicamente, Heat Shrink Labels (rótulos retráteis), item aliás muito conhecido do mercado de banda estreita.
A Label Expo 2023 em Bruxelas mostrou essa tendência?
Pela primeira vez os organizadores da Labelexpo Global Series realizaram um evento inédito na Labelexpo Europe 2023, um ‘Flex Pack Trail’ que aconteceu na Expo de Bruxelas de 11 a 14 de setembro. Grandes empresas do mercado de flexíveis e de rótulos se uniram e apresentar soluções para embalagens flexíveis onde os dois mercados se conjugam.
Sempre haverá itens do mercado de banda larga que só eles podem atender com altas tiragens e de valores agregados que pagam o esforço. Da mesma forma, há itens que só o mercado de banda estreita consegue produzir. Mas entre um e outro, existe uma interseção importante onde cada processo pode interagir com o outro e a banda estreita encontra aí uma oportunidade.
A entrada de empresas de Banda Estreita no mercado de flexíveis, como destacado na última edição da Labelexpo Europe através do Flex Pack Trail, oferece diversas vantagens. Aqui estão algumas das principais:
Essas vantagens mostram como a expansão para flexíveis pode ser uma estratégia valiosa para empresas de rótulos estreitos, permitindo-lhes aproveitar suas competências existentes enquanto exploram novas oportunidades de crescimento no mercado de embalagens.
Quais são as tendências desse mercado?
As embalagens flexíveis são utilizadas em uma vasta gama de indústrias, incluindo: Alimentos e Bebidas: Para embalar snacks, carnes, queijos, líquidos, congelados, entre outros. Farmacêutica: Para embalar medicamentos, suplementos e outros produtos de saúde. Cosméticos e Cuidados Pessoais: Para embalar cremes, shampoos, sabonetes líquidos e outros produtos de beleza e higiene. Produtos Químicos e Domésticos: Para embalar detergentes, fertilizantes, tintas e outros produtos químicos.
A preocupação com a sustentabilidade (especialmente a geração Alpha) está impulsionando a inovação no setor de embalagens flexíveis. Muitas empresas estão buscando soluções de embalagens mais sustentáveis, como materiais biodegradáveis, monomateriais, de fontes renováveis, Biopolímeros, PCR (reciclado pós consumo) e reciclagem química para reduzir o impacto ambiental.
Algumas das tendências emergentes no mercado de embalagens flexíveis incluem embalagens com tecnologia de barreira aprimorada, embalagens inteligentes com recursos como rastreamento e monitoramento de produtos, e embalagens que oferecem conveniência adicional aos consumidores, como easy open, fechos reutilizáveis e porções individuais.
Quais os materiais mais comuns utilizados na indústria de flexíveis?
Os três principais materiais utilizados, como já vimos anteriormente, são os plásticos, folha de alumínio e o papel. Os plásticos são os mais versáteis e os mais utilizados. O alumínio pode ser utilizado sozinho como no caso de blísteres para a indústria farmacêutica, na metalização de um plástico ou laminado com papel ou plástico ou os três juntos. O alumínio possui excelente propriedades de barreira a luz, oxigênio e umidade, no entanto, quando agregado com outros materiais a reciclagem é muito difícil e cara. A alternativa que as empresas compradoras de embalagens estão buscando são monomateriais coextrusados de PE com EVOH (Copolímero de Etileno Vinil Álcool) e que confere altíssima barreira no mundo das embalagens plásticas dispensando o uso do alumínio.
Embora o papel possua um forte apelo ecológico por sua fácil reciclagem, as aplicações em embalagens flexíveis são para produtos secos e frescos, como sacos de pães, embalagem para fastfood, envoltório para sanduíches, sachês, envelopes, sabonetes e embrulho de presentes. São usados também laminados com papel em estruturas para sachês de açúcar, sal e alguns pós secos. Seu uso, no entanto, é limitado quando há exigências de barreiras a umidades ou oxigênio.
Quais os processos de impressão mais utilizados?
Os processos mais comuns e que dão larga escala são flexografia e rotogravura. As impressoras flexográficas normalmente são tambor central ou, em alguns casos, sistema Stack. No caso das máquinas de rotogravura são de grande porte e todas são modulares. Mas é possível encontrar impressão no sistema offset rotativo com cura UV ou EB.
Segmentos que o mercado de banda estreita já atende
Os segmentos de flexíveis mais comuns são sleeves, roll labels e in mold label (IML). Ao passo que roll labels são feitos normalmente em equipamentos de tambor central com largura estreita, os sleeves e IML são mais comuns em modulares com chill drum, devido às características dos materiais plásticos que tendem a se contrair com o calor das lâmpadas e tinta UV. Mas em alguns casos, em impressoras tambor central com tinta base solvente
Existem oportunidades no mercado de flexíveis que são pouco atendidos pela banda estreita?
Sim, o maior paradigma que o mercado de banda estreita enfrenta é desconhecer oportunidades no mercado de flexíveis que poderiam ser impressos nos equipamentos modulares de banda estreita.
As empresas de embalagens flexíveis estão preparadas para produzir em larga escala e para isso possuem equipamentos com larguras acima de 1.000 milímetros e velocidades na casa dos 300, 400 e 500 m/min (às vezes até mais dependendo do tipo produto e máquina). Assim, os custos com pedidos de baixa tiragem são, sempre que possível, ignorados por essas empresas, porque os custos com clichês, cilindros, insumos diversos e tempo de setup não justificam a produção. Mesmo assim, às vezes não é possível ignorar esses clientes, porque ele é importante para o faturamento e exige a produção também dos itens de baixa tiragem (“para comer a carne, tem que roer o osso”). Um exemplo disso são empresas de PET FOOD que compram enormes quantidades de embalagens, mas também poucos quilos de bobinas laminadas do tipo “amostra grátis”. Se esses convertedores tivessem a opção de terceirizar, eles o fariam, porque economizariam muito recurso, tempo e dinheiro
O que é “pouco” para essa indústria, são ótimos lotes com preço de venda muito bons para você.
A maioria das empresas compradoras de embalagens flexíveis não tem grande volume, mas acabam pagando mais ou comprando “lotes mínimos” acima do precisam, porque não há muita opção de atendimento com qualidade, no prazo e na quantidade certa de suas demandas.
Vantagens da Banda Estreita para o mercado de flexíveis
As principais vantagens que as empresas de banda estreita têm para atender o mercado de flexíveis são (quando comparadas à banda larga): baixo custo com clichês, dupla face, faca doctor blade, tempo setup, tintas e desperdício de materiais. Um fator importante é que normalmente as embalagens flexíveis não possuem quaisquer acabamentos especiais ou embelezamentos como hot stamping, cold stamping, relevos, troquelagem, frente e verso, corte e vinco, delan-relan, cortes especiais ou meio corte. Dessa forma fica mais simples o processo de impressão. Depois é só laminar e cortar as bobinas. E não se intimide com a rotogravura, porque a flexografia consegue uma qualidade que não fica devendo para em nada para a roto.
Portanto, há pelo menos duas oportunidades para o mercado de banda estreita: buscar parcerias com empresas de conversão banda larga para fazer os lotes considerados “baixa tiragem para eles” e/ou buscar atender empresas compradoras de embalagens flexíveis oferecendo produto impresso, laminado (ou não) e acabado em bobinas num custo menor.
Uma impressora banda estreita modular serviria para imprimir embalagens flexíveis?
Em primeiro lugar, precisamos entender que uma impressora modular com largura de 400 milímetros seria o ideal, porque atende uma gama muito ampla de itens que você encontra no supermercado. A impressora pode imprimir com tinta UV ou solvente. Base água também poderia ser uma opção. Ela precisa permitir a impressão em registro de materiais como o PP, BOPP (Polipropileno Biorientado) e PET (Poliéster). O Polietileno de Baixa densidade (PEBD) é mais sensível a tensão e calor e, por isso, não é indicado nesses casos, a não ser que a espessura seja acima de 60 micra ou laminados com papel.
Laminadora e robinadeira são equipamentos obrigatórios?
Não é obrigatório ter uma laminadora. Para certos itens com impressão externa, poderá comprar material pronto como é o caso de BOPP Metalizado e já laminado com PE. O mesmo se dá com filmes técnicos. Em uma parceria com um convertedor, você poderá fazer apenas a impressão que é o ponto crítico no processo dele e ele mesmo lamina e faz o acabamento.
Naturalmente, uma laminadora lhe ajudará a ganhar produtividade e rapidez no processo de produção e agregar valor ao seu produto. Nesse caso uma laminadora solventless simples com largura de 800 milímetros ou menor, é uma boa opção.
Instrumentos de laboratório serão importantes para o controle como balança analítica para medição da gramatura, dinamômetro para força de laminação e um medidor de C.O.F. (coeficiente de atrito) para medir deslizamento. Esses são os básicos. Outros testes mais complexos podem ser terceirados quando necessário.
Rebobinadeira será importante para o acabamento de refile e divisão da bobina mãe em bobinas filhas com tubetes normalmente de 3 polegadas. Mas é provável que você já tenha em casa esse equipamento e caso precise comprar uma o investimento não é alto.
Onde focar?
Empresas de rótulos, especialmente aquelas equipadas com tecnologias de impressão modernas e versáteis, podem expandir para diversos tipos de embalagens flexíveis, dependendo de suas capacidades atuais. Aqui estão alguns tipos de embalagens que uma empresa de rótulos poderia atender, considerando os equipamentos que geralmente possuem:
Conforme vimos até aqui, a transição para esses tipos de embalagens pode exigir investimentos em novos equipamentos ou adaptações nos existentes, especialmente para manuseio e acabamento de materiais flexíveis. A capacidade de uma empresa de rótulos expandir para essas áreas dependerá da flexibilidade e da configuração de seus equipamentos atuais, bem como da disposição para investir em novas tecnologias conforme necessário.
Onde encontro o conhecimento que vou precisar?
Assim como em todo e qualquer processo, o conhecimento técnico é necessário e nesse caso não é diferente. Saber quais estruturas e como serão laminadas, o que controlar no processo e os requisitos de qualidade são importantes. Porém, há maneiras de adquiri-las: contratando um profissional de desenvolvimento de embalagens do mercado; contratando uma consultoria para estruturar o processo e expertise ou capacitar um profissional da sua própria empresa. Os clientes compradores de embalagens costumam passar os requisitos, estruturas e testes que você vai precisar.
Não comece com estruturas complexas, mas foque nas mais simples como BOPP + BOPP, BOPP + PE, PET + PE, PAPEL + PE e vá crescendo para os metalizados e, quem sabe até trilaminados como PE + alumínio + papel.
Passo a passo para entrar no mercado de flexíveis
Para uma empresa de rótulos interessada em entrar no mercado de embalagens flexíveis, é importante seguir uma abordagem estratégica e bem planejada para garantir uma transição suave e bem-sucedida. Aqui estão os passos essenciais a serem seguidos:
Seguir esses passos pode ajudar uma empresa de rótulos a fazer uma transição bem-sucedida para o mercado de embalagens flexíveis, explorando novas oportunidades e expandindo seu alcance no mercado.